Ônibus de crianças indígenas passam a ser escoltados em área de conflito no Paraná após carta ameaçar ataque a chamas
21/08/2025
(Foto: Reprodução) Após jovem ser decapitado em aldeia no PR, crianças indígenas param de ir à escola
A Guarda Municipal de Guaíra, no oeste do Paraná, passou a escoltar ônibus escolares que transportam crianças e adolescentes indígenas da etnia Avá-Guarani.
A medida foi tomada após recomendação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Paraná (MP-PR), que exigiram reforço imediato no policiamento para evitar ataques durante os trajetos e combater a evasão escolar, uma vez que as crianças deixaram de frequentar as escolas por medo das famílias. Assista acima.
O reforço de segurança ocorre um mês após a morte de Everton Lopes Rodrigues, indígena de 21 anos, encontrado decapitado. No local, havia uma carta que ameaçava novas mortes e ataques diretos a crianças e adolescentes indígenas nos ônibus escolares.
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Segundo o MP, a carta dizia: "[...] nós vamos matar mais de vocês, iremos invadir as aldeias já existentes, atacaremos os ônibus com as vossas crianças dentro, queimaremos vivos. Não é uma ameaça vazia, mas, sim, recheada com ódio."
Além da escolta dos veículos, a guarda também intensificou rondas nas comunidades Avá-Guarani.
Entenda: Após jovem ser decapitado em aldeia no PR, crianças indígenas param de ir à escola
Guarda realiza escola do ônibus nos horários da manhã e da tarde, segundo prefeitura
Promotoria de Justiça
"De imediato adotamos as rondas e estamos acompanhando os ônibus até as aldeias, dentro das possibilidades", afirmou Cesar Luis de Freitas, superintendente da Guarda Municipal de Guaíra.
A recomendação do MP e MPF também determina que seja elaborado um plano de segurança para pontos de embarque e desembarque, o monitoramento de crimes de racismo e ameaças, presenciais ou virtuais, e a comunicação permanente entre autoridades e lideranças indígenas.
As instituições responsáveis têm 20 dias para apresentar as primeiras providências. O não cumprimento pode resultar em medidas administrativas e judiciais.
O g1 aguarda retorno do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), da Funai e da Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (SESP) sobre o caso.
Crianças indígenas são vítimas de ameaças no oeste do Paraná
Roberto Porto/ RPC
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