Criança que morreu após ser arrastada por enxurrada é sepultada em General Carneiro
09/11/2024
Criança havia desaparecido na quinta (7), durante temporal. Corpo foi localizado na manhã desta sexta (8) a cerca de 2,5 quilômetros da residência. Casa de criança que morreu após ser arrastada por enxurrada fica ao lado de rio
O corpo de Kimberly Valentina Camargo, de 2 anos e quatro meses de idade, que morreu após ser arrastada por uma enxurrada em General Carneiro, no sul do Paraná, foi sepultado na manhã deste sábado (9).
A criança sumiu em meio à correnteza e foi encontrada morta um dia depois, no rio. O caso aconteceu na madrugada de quinta-feira (7).
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Cerca de 60 profissionais do Corpo de Bombeiros fizeram buscas por Kimberly, que foi encontrada morta por um morador da cidade na manhã de sexta-feira (8), após passar cerca de 30 horas desaparecida.
Segundo a corporação, o corpo estava em um ponto do rio que fica a cerca de 2,5 km da residência.
Kimberly Valentina Camargo tinha 2 anos
Cedida pela família
Tristeza
A mãe da criança, Josiane Zaia Camargo, conta que ela, o marido e as três filhas crianças foram dormir por volta das 22h30, quando a chuva estava fraca, e que ela acordou por volta da 1h com a casa já sendo inundada.
"Foi muito rápido; nós estávamos dormindo, eu escutei um barulho e quando olhei a minha cama tinha caído e o berço da 'nenê' já estava rodando... Quando fomos correr pra fora [da casa], não conseguimos nem pegar calçados; quando olhei, a parede já tinha levado todas as roupas e guarda-roupa. Perdemos tudo, tudo! [...] Só que isso eu não ligo, porque a pior coisa que eu perdi na minha vida foi minha filha", disse Josiane, em entrevista à RPC.
Josiane conta que, quando a família percebeu que a casa estava sendo danificada pela força da água - que estava na altura da cintura dos adultos -, eles decidiram sair do imóvel para tentarem se salvar.
Josiane Zaia Camargo deu entrevista à RPC
Eduardo Andrade/RPC
A mulher e o marido montaram uma "corrente humana" com as filhas de 10, 7 e 2 anos, mas a correnteza levou a menina de 7 anos. O pai se soltou para resgatar a criança e, neste momento, outra onda deixou a mãe e as outras duas filhas submersas.
Josiane conta que conseguiu segurar a filha mais velha pelos cabelos, mas a caçula foi levada pela enxurrada.
"Estava tudo escuro, não tinha solução. Nós tínhamos duas opções: ou ficava lá [dentro da casa] e morria nós cinco, ou tentava salvar um ou dois"
Casa da família fica ao lado de rio
Eduardo Andrade/RPC
Chuva forte em General Carneiro
De acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), entre a manhã de quarta-feira (6) e às 9h40 de quinta (7), General Carneiro registrou o maior volume de chuvas do estado: 160,8 mm de precipitação acumulada.
O valor é maior do que a média histórica da cidade para o mês inteiro de novembro, que é de 134 mm.
Diversas edificações da cidade foram danificadas devido à força da água.
Informações divulgadas pelo Governo do Estado apontam que cerca de 1.725 pessoas foram afetadas pelas chuvas, sendo 1.450 delas em situação de vulnerabilidade social, que tiveram as casas inundadas pelas fortes enxurradas.
"Aproximadamente 200 pessoas precisaram sair de suas casas devido à situação mais crítica e foram para imóveis de parentes e amigos, dos quais a maioria já retornou na manhã de quinta-feira para limpeza de suas residências após a redução no nível de água", explica o Governo.
General Carneiro sofreu alagamentos
Defesa Civil/AEN
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