Ex-policial penal que matou tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu vai para prisão domiciliar, decide Justiça
12/09/2024
Na decisão, TJ entendeu que Complexo Médico Penal não oferece assistência necessária para que Jorge Guaranho faça acompanhamento médico regular. Conforme decisão, ele deverá usar tornozeleira eletrônica. Vídeo mostra momento em que petista é morto em Foz do Iguaçu
A Justiça autorizou, na tarde desta quinta-feira (12), prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica para o ex-policial penal Jorge Guaranho, réu por matar o guarda municipal e tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) em Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda.
Ele estava preso no Complexo Médico Penal de Pinhais desde agosto de 2022. Guaranho é réu por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e meio que resultou em perigo comum, e aguarda julgamento, previsto para fevereiro de 2025.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Na noite de 9 de julho de 2022, Marcelo Arruda comemorava o aniversário de 50 anos em uma festa com o tema PT, quando foi baleado pelo ex-policial – na época apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. Imagens de câmeras de segurança registraram o assassinato. Assista acima.
A 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná acatou um pedido da defesa do réu, que responde por homicídio duplamente qualificado e aguarda julgamento.
No entendimento dos desembargadores, o Complexo Médico Penal de Pinhais não possui a estrutura necessária para oferecer a assistência necessária a Guaranho.
O alvará de soltura ainda não foi expedido, segundo a defesa do réu.
No pedido, a defesa de Guaranho alegou que o ex-policial necessita de tal medida para que possa fazer tratamentos médicos diversos devido a lesões causadas pelos disparos e posteriores agressões sofridas pelo réu por convidados da festa de Marcelo Arruda.
"Jorge Guaranho agora poderá realizar o devido tratamento em sua residência, acompanhado por seus familiares, enquanto segue monitorado eletronicamente. Tal medida visa preservar sua integridade física, assegurando ao mesmo tempo que ele continue à disposição da justiça", afirma a defesa.
Por meio de nota, os advogados que representam a família da vítima afirmaram que receberam a notícia com angústia. Destacaram ainda que esperam que o réu cumpra as condições impostas pelo Tribunal de Justiça.
"A família da vítima já não suporta tamanho sofrimento, seja pela ausência de Marcelo, ou, ainda, por não ver o seu assassino cumprindo pena pelo crime tão brutal que decidiu praticar. O que fica, nesta tarde, é o sentimento de muita tristeza por precisar acalmar a família de Marcelo, absolutamente devastada pela notícia", afirma a nota.
O petista Marcelo Arruda (esq.) foi morto por Jorge Guaranho (dir.)
Reprodução
LEIA TAMBÉM:
Vídeo: Caminhão carregado com pluma de algodão pega fogo ao passar por incêndio
Livramento: Tambor explode durante churrasco e assusta família
Meio ambiente: Paraná tem inverno mais quente das últimas décadas, diz Simepar
Júri transferido e adiado várias vezes
Em junho, a Justiça decidiu transferir para Curitiba o júri popular do ex-policial penal. A decisão atendeu a outro pedido da defesa do réu.
Inicialmente o julgamento seria na cidade onde o crime aconteceu, porém, a defesa argumentou que a realização do julgamento em Foz do Iguaçu possibilitaria o risco de parcialidade dos jurados convocados.
O julgamento já foi adiado várias vezes. Inicialmente o júri que analisaria o caso estava marcado para 7 de dezembro de 2023.
Depois, foi remarcado para o dia 4 de abril de 2024. Nesse dia, o julgamento começou, mas foi suspenso depois de a defesa do ex-policial penal não ter pedidos aceitos pelo juiz e abandonar o plenário.
Por fim, o julgamento foi remarcado para o dia 2 de maio de 2024, mas, em 26 de abril foi novamente suspenso atendendo ao pedido da defesa de Guaranho de mudar o local do júri.
Em agosto, o júri foi remarcado para 11 de fevereiro de 2025, a partir das 10h, no Tribunal do Júri de Curitiba, podendo se estender para os dias 12 e 13, se necessário.
Como foi o crime?
Cronologia: assassinato de tesoureiro do PT
Segundo a polícia, em 9 de julho de 2022, Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário de Marcelo Arruda e os dois discutiram.
Cerca de 10 minutos depois, o policial penal voltou ao local e, armado, disparou contra Marcelo, que revidou usando a arma que portava. Câmeras de segurança registraram parte da ação. Veja acima.
O guarda municipal foi socorrido, mas morreu na madrugada seguinte. Marcelo deixou quatro filhos. Na época do crime, um deles era um bebê com pouco mais de 40 dias.
Após o crime, Guaranho foi agredido por convidados presentes na festa de Marcelo. Ele foi internado e permaneceu em hospital de Foz do Iguaçu até ter alta e ser encaminhado ao Complexo Médico Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde está preso desde agosto de 2022.
O infográfico abaixo mostra a ordem dos acontecimentos do crime, segundo a Polícia Civil:
Entenda ordem dos acontecimentos no dia do assassinato do petista baleado em festa de aniversário, segundo a polícia
Arte/g1
VÍDEOS: Mais assistidos g1 Paraná
Leia mais notícias da região em g1 Oeste e Sudoeste.