30 toneladas de gelo em construção de bunker para conter radiação: entenda obra em hospital do Paraná
23/10/2025
(Foto: Reprodução) Hospital mistura gelo a concreto em obra de bunker para conter radiação
As 30 toneladas de gelo usadas na obra do bunker de um hospital do Paraná foram adicionadas ao concreto para evitar fissuras na estrutura, que está sendo construída para abrigar um equipamento radioativo usado no tratamento de câncer.
A obra está sendo feita pela Santa Casa de Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, que está transformando a estrutura do antigo Hospital Evangélico - fechado desde 2016 - em um centro de referência em oncologia.
"O concreto, nessa obra, tem um controle rigoroso. Ele precisa ser denso; tem uma densidade mínima que ele precisa atingir para a radiação 'bater' na parede e ficar dentro da sala, não sair", explica Julia Senger Marin, uma das engenheiras civis que integram a equipe responsável pela obra.
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Luani Cristine Basso Faversani, outra engenheira da equipe, explica que a intenção do uso do gelo é reduzir a temperatura do concreto para evitar a retração do material - ou seja, a redução do seu volume, causada pela perda de umidade.
"Foram quase 800 m³ de concreto [levados em mais de 95 viagens de caminhão] desde a fundação até a finalização do bunker. A gente precisou utilizar cerca de 30 toneladas de gelo durante a concretagem para evitar a retração do concreto - para não elevar a temperatura, a gente coloca gelo para controlar a retração", detalha a profissional.
Hospital misturou gelo a concreto em obra de bunker para conter radiação
Solucta Engenharia
O bunker vai abrigar um acelerador linear com inteligência artificial (IA) embarcada que fornece doses de radiação diretamente no tumor, preservando tecidos saudáveis ao redor.
Segundo a Santa Casa, o modelo adquirido é inédito na América do Sul.
Para conter a radiação emitida pelo equipamento, as paredes da estrutura possuem até 2,20 metros de espessura.
Paredes do bunker possuem até 2,20 metros de espessura
Valdecir Galvan/RPC
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Hospital do Paraná vai receber equipamento de radioterapia inédito na América do Sul
Reprodução/RPC
Novo centro oncológico em Ponta Grossa
Obra de bunker que abrigará radioterapia da Santa Casa avança em Ponta Grossa
A obra começou em abril deste ano e deve ser entregue até março de 2026.
O projeto total ultrapassa R$ 20 milhões, provenientes de recursos da Itaipu Binacional, do Governo do Estado e de emendas parlamentares. A construção está avaliada em R$ 8,4 milhões e o equipamento radioativo, em R$ 12 milhões.
Com a nova estrutura, a capacidade de atendimento oncológico em Ponta Grossa deve dobrar.
De acordo com a equipe da Santa Casa, a nova unidade terá capacidade para mais de sete mil consultas e mais de dois mil procedimentos por mês em pacientes de 28 cidades da região.
Novo centro oncológico está sendo construído em Ponta Grossa
Divulgação/Santa Casa
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