Em Curitiba, igreja ortodoxa comemora festa julina com meia tonelada de shawarma; entenda
05/07/2025
(Foto: Reprodução) Celebração ocorre no sábado (5) e domingo (6) na Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge. Comunidade da igreja é formada por famílias de origem árabe, mesclando essa cultura com as tradições julinas brasileiras. Em Curitiba, igreja ortodoxa comemora festa julina com meia tonelada de shawarma
A paçoca, pinhão, milho e pipoca, típicos de comemorações juninas e julinas, são deixados de lado na festa da Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge, em Curitiba, e dão lugar ao shawarma, kafta e falafel.
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A comunidade da igreja é formada por famílias de origem síria, libanesa, palestina, jordaniana e outras raízes árabes. A festa acontece há 21 anos e já está incorporada ao calendário da cidade.
Neste ano, a celebração ocorre no sábado (5) e domingo (6) no pátio da igreja, onde a arquitetura de estilo bizantino chama atenção. A entrada é gratuita.
A igreja preparou 550 quilos de shawarma, 5 mil esfirras, 5 mil doces árabes, 150 quilos de grão-de-bico para o falafel – além de espetinhos, quentão, bolo de São Jorge, chope e refrigerantes.
A comemoração conta também com bingo beneficente, apresentações de dança árabe e atividades para as crianças.
📍 21ª Festa Julina Árabe
📅 Dias: 5 e 6 de julho
⏰ Horário: a partir das 12h
📌 Local: Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge — Rua Brigadeiro Franco, 375, Mercês, Curitiba
Cardápio
Sanduíche de Shawarma de frango: R$ 25
Sanduíche de Falafel (Vegano): R$ 25
Porção de Falafel (Vegano) - 6 Bolinhos: R$ 15
Kibe Assado: R$ 15
Kibe Frito: R$ 10
Espetinho: R$ 10
Esfiha: R$ 10
Água e Refrigerante: R$ 5
Quentão: R$ 10
Chopp: R$ 10
Doces árabes (Bolo de São Jorge, folhados, Atayef, Nammura, Maamul de Támara): R$ 10
Brigadeiro: R$ 5
Comunidade da Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge preparando comidas para a festa julina árabe
Padre Samaan Nasri/Divulgação
Migração árabe no Paraná
Segundo o jornalista e historiador Omar Nasser Filho, o primeiro fluxo migratório de árabes para o Brasil aconteceu no final do século XIX – considerado o marco da entrada da comunidade no país.
A partir do século XX, com a escalada de conflitos no Oriente Médio, há um novo contingente de migrantes árabes. Neste período, conforme o historiador, os árabes começaram a se estabelecer também no Paraná. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, há novos fluxos migratórios.
Segundo Nasser Filho, os migrantes árabes se estabeleceram pincipalmente em grandes centros, como Curitiba e Foz do Iguaçu.
Na capital paranaense, a presença da comunidade ajudou a construir ainda mais a identidade multicultural da cidade. A culinária, o comércio e a música são elementos que se integraram à cultura da cidade, como indica o historiador.
"Pratos tipicamente árabes, como o quibe e a esfirra, se tornaram também pratos brasileiros. Qualquer lanchonete que a gente visita – e não precisa ser um restaurante árabe, uma lanchonete árabe, um empório árabe –, tem lá o quibe, tem a esfirra. Às vezes, nos buffets da cidade, a gente se depara com hommus, também o tabule", exemplifica.
Conforme o historiador, os migrantes costumavam atuar em atividades comerciais, mas se destacaram também em áreas como a medicina, a engenharia e a política.
"Os árabes não são conhecidos pela afinidade com a agricultura, mesmo porque grande parte do território ocupado por populações árabes é um território árido. Você tira algumas regiões da Palestina e a região do Vale do Beca, no Líbano, e o restante é como se fosse um grande deserto. Então, os árabes, há milênios, acabaram se especializando na atividade comercial. Quando esses migrantes vêm para o Brasil, eles vão se dedicar também a essa atividade", detalha.
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Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge
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