Prêmio do príncipe William destaca soluções ambientais que podem inspirar ações no Paraná

  • 07/11/2025
(Foto: Reprodução)
Finalistas do Earthshot Prize no palco do Museu do Amanhã Thais Espírito Santo/g1 O Paraná pode se beneficiar pelas soluções finalistas do Earthshot Prize 2025, premiação internacional criada pelo príncipe William para reconhecer iniciativas que ajudam a regenerar o planeta. Entre os projetos estão tecnologias de reflorestamento, programas de proteção florestal e modelos de economia verde com potencial de aplicação no estado. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp A cerimônia de premiação aconteceu na quarta-feira (5), no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Os cinco ganhadores receberam o prêmio de £$ 1 milhão (cerca de R$ 6,5 milhões) para expandir ou replicar seus projetos e reconhecer suas conquistas e seu potencial transformador. Foi a primeira vez que o prêmio aconteceu na América Latina, um marco para o Brasil, que vem ganhando destaque na agenda climática. Leia também: Homens que saíram de SP para cobrar dívida no PR: Polícia montou força-tarefa para analisar dados que baseiam investigação Apreensão de 18 fuzis: Grupo que enviava fuzis ao Rio de Janeiro é descoberto no Paraná durante investigação da Polícia Federal Homem morto por tiro ao subir em muro: vizinho é condenado a 19 anos de prisão Soluções com potencial de aplicação no Paraná Re.green Vencedora na categoria Proteger e Restaurar a Natureza, a Re.green realiza reflorestamento em larga escala e restauração ecológica com o uso de inteligência artificial, drones e satélites. A iniciativa atua no Pará e na Bahia e tem a meta de restaurar 1 milhão de hectares e capturar 15 milhões de toneladas de CO₂ por ano. Representantes da Re.green, vencedora do EarthShot Prize, explicam como funciona a empresa Para Clóvis Borges, diretor-executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS), no Paraná, a iniciativa poderia ajudar a restaurar áreas de Mata Atlântica e margens de rios degradadas, integrando pequenos produtores em sistemas agroflorestais e projetos de silvicultura com espécies nativas. “Essa é uma mudança de chave muito curiosa, que coloca a conservação de áreas naturais como algo que gera receita e pode ser positivo em termos de geração de renda”, afirma Borges. Segundo ele, ações desse tipo podem contribuir para metas estaduais de conservação e competitividade ambiental, ao evitar a conversão de terras para monoculturas e ampliar a biodiversidade local. Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) O programa Fundo Florestas Tropicais para Sempre busca tornar a preservação mais valiosa do que a destruição das florestas tropicais. A iniciativa prevê um fundo de US$ 125 bilhões, com aportes iniciais de US$ 5 bilhões, para oferecer renda permanente a países que mantiverem políticas de conservação. Brasil vai aportar U$ 1 bilhão em fundo para preservar florestas tropicais “Esse não é um investimento em conservação, é uma premiação para governos que tenham políticas públicas voltadas à proteção de áreas naturais”, explica Borges. O fundo pode beneficiar indiretamente o Paraná, uma vez que o estado também tem compromisso com a preservação da Mata Atlântica, essencial para o equilíbrio hídrico e climático da região Sul. Cidade de Bogotá Cartão do BRT pode ser comprado na entrada das estações espalhadas pela cidade de Bogotá, na Colômbia Cau Rodrigues/g1 A capital da Colômbia foi premiada por suas políticas de redução da poluição urbana. Desde 2018, Bogotá reduziu em 24% a poluição atmosférica com medidas como expansão de ônibus elétricos, criação de ciclovias e arborização de áreas vulneráveis. No Paraná, 89% da população vive em áreas urbanas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para Carolina Efing, da Rede Curitiba Climática (RECC), as cidades do estado poderiam se inspirar nesse modelo. “A descarbonização do transporte e o aumento da arborização urbana vão além da sustentabilidade: elas melhoram a qualidade de vida, reduzem doenças respiratórias, ondas de calor e enchentes”, explica Efing. Ela lembra que o Plano de Ação Climática do Paraná (PAC-PR), lançado em 2023, prevê a descarbonização urbana até 2050, com metas para eliminar lixões, tratar esgoto e adotar energia e transporte limpos. Matter A startup britânica Matter foi outra finalista na categoria Construir um Mundo sem Resíduos. A iniciativa criou um filtro para máquinas de lavar roupas capaz de capturar microplásticos antes que cheguem aos rios e oceanos. Microplásticos são partículas com menos de 5 milímetros de diâmetro, oriundas da degradação de objetos maiores, como sacolas, garrafas e redes de pesca. Segundo a Matter, as microfibras, liberadas por tecidos sintéticos como poliéster e nylon, são uma das principais fontes de poluição invisível nos mares. Estudo OMS indica que ser humano vem consumindo microplásticos “Esse é um exemplo de prática que deveria virar política pública na indústria. A partir de 2026, todas as máquinas de lavar deveriam ter esse sistema”, defende Borges. No Paraná, em regiões próximas à cidade de Paranaguá e em áreas de preservação ambiental, como Guaraqueçaba, a presença de microplástico é visível a olho nu, conforme indica pesquisas do Programa de Recuperação da Biodiversidade Marinha (Rebimar). Nesses locais, a concentração do organismo é de até 23 vezes maior do que nas amostras comuns, mostram os estudos. Segundo Borges, a implantação de filtros, como os desenvolvidos pela Matter, em eletrodomésticos dos paranaenses poderia mitigar esses efeitos. Iniciativa paranaense também foi indicada Vila do Ararapira, no extremo norte do litoral do Paraná, no Parque Nacional de Superagui Zig Koch/Divulgação A Grande Reserva Mata Atlântica, criada em 2018, foi uma das iniciativas brasileiras indicadas ao Earthshot. O projeto abrange 60 municípios no Paraná, São Paulo e Santa Catarina e busca promover o desenvolvimento regional por meio do turismo de natureza. Os esforços da Reserva buscam atrair o turista para a região ao mesmo tempo, em que fortalecem a sociedade local e prepara o território para a demanda turística de forma sustentável e responsável. Para isso, a iniciativa oferece treinamento a empreendedores, são mais de 80 empreendedores engajados em práticas sustentáveis e 120 participantes do Programa de Qualificação. Para Borges, o reconhecimento dessas iniciativas é positivo, mas ainda não representa uma mudança estrutural. “As iniciativas são bem-vindas, mas precisamos transformá-las em políticas públicas abrangentes. O desafio é fazer com que esses exemplos se tornem o novo padrão”, diz. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Oeste e Sudoeste.

FONTE: https://g1.globo.com/pr/oeste-sudoeste/noticia/2025/11/07/premio-do-principe-william-destaca-solucoes-ambientais-que-podem-inspirar-acoes-no-parana.ghtml


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