Três jogadores do Londrina denunciam empresários que tentaram 'comprar' cartão amarelo em jogo da Série C
12/09/2025
(Foto: Reprodução) Jogo Londrina x Maringá do dia 26 de abril, que houve tentativa de compra de cartões, segundo a investigação.
Júnior Evangelista/RPC Londrina
Três jogadores do Londrina Esporte Clube denunciaram empresários que ofereceram R$ 15 mil para que os atletas levassem cartões amarelos em um jogo. Essa denúncia resultou em uma operação conjunta entre o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e o Ministério Público da Bahia (MP-BA), nesta sexta-feira (12).
Os nomes dos atletas não foram divulgados. Em nota, o Londrina disse ser "veementemente contra qualquer forma de manipulação de resultados". Clique aqui para ler o posicionamento.
As identidades dos dois empresários investigados também não foram divulgadas.
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Em entrevista à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, o promotor Jorge Barreto explicou que os jogadores foram abordados por dois empresários, pelas redes sociais, no dia 26 de abril. Esse contato ocorreu horas antes do jogo contra o Maringá Futebol Clube, pela Série C do Campeonato Brasileiro.
A oferta apresentada era de que alguma falta deveria ser cometida, com resultado de cartão amarelo ao jogador, antes dos 27 minutos do segundo tempo.
Até o momento, não há confirmação sobre a motivação desta oferta.
O Maringá disse que não irá se manifestar sobre o caso.
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Divulgação/MP-BA
Barreto disse que os jogadores mostraram as mensagens à direção do Londrina. O clube, por sua vez, comunicou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Em seguida, a Polícia Federal (PF) também foi informada e os atletas foram ouvidos pelo MP-PR.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em quatro endereços, sendo as casas e os trabalhos dos dois empresários investigados. Os locais ficam em Salvador (BA) e Itapema (SC).
Foram apreendidos aparelhos eletrônicos, como celulares e computadores, que irão ajudar na investigação do esquema.
Segundo o promotor, os empresários podem responder por crimes que interferem a "lisura em certames esportivos", com base na Lei Geral do Esporte.
Celular apreendido durante a operação.
MP-PR
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Jogo teve cartões amarelos
O jogo do dia 26 de abril acabou com placar de 1x1 e teve dez cartões amarelos: quatro para o Londrina e seis para o Maringá. Dos cartões para jogadores do Londrina, três foram antes dos 27 minutos do primeiro tempo - assim como detalhava a solicitação dos empresários na abordagem. Clique aqui para ver os lances da partida.
O MP-PR confirmou, entretanto, que os três jogadores que levaram esses cartões não são investigados no momento.
O Londrina também informou, em coletiva, que eles não são os mesmos atletas que denunciaram o crime.
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O que diz o clube
Em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, Lucas Magalhães, executivo de futebol do Londrina, disse que o clube se posiciona para "moralizar o futebol" e que ações que desvirtuam os princípios do esporte serão denunciados.
"O fatos dos atletas terem vindo [denunciar] nos dá uma confiança maior", Lucas disse.
Também estava presente Armando Chekerdemian, CEO do Londrina.
Leia abaixo a nota na íntegra que foi divulgada no início da manhã:
O Londrina Esporte Clube, se une a Federação Paranaense de Futebol (FPF), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as autoridades policiais, para reafirmar seu compromisso com a integridade e a transparência no esporte.
O Londrina EC vem a público esclarecer que três atletas do clube foram recentemente abordados por uma pessoa que ofereceu dinheiro para participação em esquema de apostas. Essa abordagem ocorreu horas antes do confronto com o Maringá, válido pela Série C do Campeonato Brasileiro, realizado no dia 26 de abril.
Os atletas foram solicitados a tomar cartão amarelo durante a partida, mas prontamente se recusaram a participar desse esquema e imediatamente procuraram a diretoria do Londrina. A diretoria, por sua vez, acionou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) via Federação para comunicar o ocorrido e tomar as medidas cabíveis.
Após as denúncias, os atletas foram chamados ao Ministério Público para esclarecer os fatos, o que acarretou na operação contra dois empresários, cumprida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Salvador, na manhã desta sexta-feira (12).
Expressamos nosso profundo respeito e admiração pelos atletas que, além de recusarem a proposta ilícita, tiveram a coragem de procurar a diretoria para denunciar a atitude maliciosa.
O Londrina Esporte Clube é veementemente contra qualquer forma de manipulação de resultados e continuará trabalhando em estreita colaboração com as autoridades competentes para combater essas práticas e garantir a lisura das competições.
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